A análise da água da região está inclusa nas atividades do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos e patrocinado pela PETROBRAS, através do Programa Petrobras Socioambiental e apoio do Governo Federal
Os resultados preliminares da pesquisa desenvolvida pelo Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) aponta a presença de indicadores de contaminação aquática em alguns trechos do estuário da Barra do Rio Mamanguape, Área de Proteção Ambiental propícia à existência de peixes-bois marinhos, localizada no litoral norte da Paraíba. Nestes trechos, os dados destacam, sobretudo, a presença de coliformes fecais, ainda que em quantidades mínimas, o que permite a prática da pesca, o banho e atividades recreativas, porém a água destes trechos não está indicada como bebida para consumo humano. Também foi registrada a presença, ainda que pequena, de metais pesados, porém é importante destacar que o índice está abaixo do limite estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
A pesquisa faz parte da atividade “Diagnóstico dos Indicadores de Contaminação Aquática no estuário da Barra do Rio Mamanguape (PB)”, inserida no Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, que está sendo executado pela FMA na região para evitar a extinção da espécie no Nordeste do Brasil. O projeto é patrocinado pela PETROBRAS, através do Programa Petrobras Socioambiental e apoio do Governo Federal, o que felizmente vem possibilitando o desenvolvimento destas pesquisas. Desde junho de 2013, amostras de água do estuário estão sendo coletadas e submetidas a análises de três indicadores de contaminação: coliformes fecais, pesticidas e metais pesados. No resultado parcial, nenhum dos trechos onde a água foi coletada apresentou registro de pesticidas.
Os dados foram apresentados pela pesquisadora Luciana Ghinato, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Tropical da UFRPE, que está desenvolvendo a pesquisa intitulada “AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL, LOCAL DE OCORRÊNCIA DOS PEIXES-BOIS MARINHOS (Trichechus manatus) LINNAEUS, 1758”. “Estudos desta natureza são de extrema importância tendo em vista que o aumento da população humana gera impactos nos ecossistemas aquáticos, como poluição ambiental, degradação e perda da área natural e fragmentação de habitats. Estes impactos afetam a saúde e a qualidade de vida não só dos peixes-bois marinhos, mas também de todas as pessoas e animais que utilizam estas áreas”, diz João Carlos Gomes Borges, diretor-presidente da FMA e coordenador executivo do Projeto, justificando a importância desta ação para a localidade.
A pesquisa ainda não foi concluída. Outras amostras de água serão coletadas. Para um diagnóstico eficaz sobre a qualidade hídrica do Rio Mamanguape, são necessárias coletas em diferentes locais e períodos. A cada coleta, a equipe do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, formada por pesquisadores da Fundação Mamíferos Aquáticos e do Laboratório de Doenças Parasitárias da Universidade Federal Rural de Pernambuco, percorre de barco cerca de 16 km do Rio Mamanguape. Em seguida, as amostras são encaminhadas para análises na UFRPE. Ao final do Projeto, será apresentado um diagnóstico sobre a qualidade da água do estuário da Barra de Mamanguape, que é de fundamental importância para a qualidade de vida e a saúde do peixe-boi marinho, de outros animais aquáticos e da comunidade que habita a região.