O Peixe-Boi-Marinho

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Reino: Animal
Filo: Chordata
Ordem: Sirenia
Família: Trichechidae
Gênero: Trichechus
Espécie: Trichechus manatus
Peso: até 1.000 kg
Comprimento: até 4 metros
Expectativa de vida: até 60 anos
Status de conservação da espécie: "Em perigo" de extinção

Eles chegam a medir 4m de comprimento e pesar até 800 kg. Apesar do tamanho, são criaturas dóceis e cativantes, pertencentes à ordem Sirenia, da espécie Trichechus manatus, conhecida como peixe-boi-marinho.

Segundo estimativas, existem aproximadamente 130.000 animais no mundo todo. De acordo com pesquisas desenvolvidas pela Fundação Mamíferos Aquáticos, a Universidade Federal de Pernambuco e a FURG, na área compreendida de Alagoas até o Piauí, a estimativa populacional evidencia aproximadamente 1.100 indivíduos, sendo considerado no Brasil, um dos mamíferos aquáticos mais ameaçados de extinção.

Infelizmente, a caça, a captura acidental em redes de pesca, perda de habitats e a ocupação costeira desordenada levaram o peixe-boi-marinho à categoria de “Em perigo" de extinção (Portaria MMA N° 148).

 

 

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Peixe-boi-marinho alimentando-se da planta "capim-agulha"

De cara arredondada, olhos pequenos e corpo roliço, os peixes-bois-marinhos ganharam esse nome por se alimentar, principalmente, de uma planta chamada capim-agulha, encontrada em algumas praias e estuários. Herbívoro, essa espécie também se alimenta de algas marinhas e folhas de mangue e, quando adulto, é capaz de consumir até 60 kg de plantas aquáticas por dia!

Os peixes-bois-marinhos têm a pele rugosa e sua cor varia entre cinza e marrom-acinzentado. No focinho, muitos pelos, chamados vibrissas ou pelos táteis, que são muito sensíveis ao movimento ou ao toque. Suas narinas estão na parte de cima do focinho, com duas grandes aberturas. Ele não tem orelhas, mas consegue escutar muito bem. Os ouvidos são dois pequenos orifícios, localizados um pouco atrás dos olhos.

Para nadar, o peixe-boi-marinho impulsiona sua nadadeira caudal, usando as duas nadadeiras peitorais (que possuem unhas) para controlar os movimentos. Apesar de bastante pesado, ele consegue ser bem ágil dentro d'água.

POR ONDE ANDA O PEIXE-BOI-MARINHO?

No Brasil, hoje a população está distribuída, de forma descontínua, do estado de Alagoas até o Amapá. Além disso, atualmente existem peixes-bois-marinhos que foram soltos no estado de Alagoas e utilizam o estado de Sergipe e litoral norte da Bahia.

REPRODUÇÃO

A gestação é de aproximadamente 12 meses. Considerando aproximadamente 2 anos de amamentação, os intervalos entre partos são de três a quatro anos. Nas primeiras semanas, é a mãe quem ensina o filhote os comportamentos de respiração, deslocamentos e alimentação. Nos primeiros dias de vida, o 'pequeno' alimenta-se exclusivamente do leite da mãe, fundamental para o seu desenvolvimento. Com o passar do tempo, ele começa a imitar a alimentação da matriarca e passa a ingerir também pequenas algas e capim-agulha.

CURIOSIDADES

Comunicação

O peixe-boi se comunica através de pequenos 'gritos', chamados vocalizações. Esta comunicação é muito importante entre a mãe e o filhote. A fêmea é capaz de reconhecer o seu filhote entre muitos outros apenas pela vocalização.

Fôlego

Os peixes-bois, quando em atividade, podem ficar de 1 a 5 minutos debaixo d'água, sem respirar. Depois disso, eles precisam subir à superfície para "reabastecer" os pulmões. Já se estiverem em repouso, eles podem permanecer até 20 minutos submersos.

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 Peixe-boi indo à superfície para respirar.

Repouso

Os peixes-bois marinhos, ao repousar, gastam menos oxigênio. Dessa forma, conseguem ficar mais tempo submersos.

VOCÊ SABE COMO SE COMPORTAR DIANTE DE UM PEIXE-BOI-MARINHO?

Apesar de o peixe-boi-marinho ser muito dócil e simpático - o que pode causar uma vontade enorme de abraçá-lo e de fazer carinho - nós não devemos tocá-lo e nem alimentá-lo. Devemos respeitar o seu espaço, o seu habitat e a sua liberdade. Portanto, para o bem dele, o melhor a se fazer é admirá-lo à distância.

E no caso de encontrar um peixe-boi-marinho encalhado? O que se deve fazer?

Se estiver vivo

  1. Se aproxime devagar e fale baixo para não assustá-lo;
  2. Observe se o animal está respirando e se mexendo;
  3. Comunique imediatamente às instituições ambientais atuantes na região;
  4. Proteja do sol: faça uma sombra, cubra com panos claros ou toalhas e molhe a pele sempre, tomando cuidado para não cobrir as narinas;
  5. Cuidado para não jogar água nas narinas, quando estiverem abertas;
  6. Afaste os curiosos. Se precisar, chame os policiais e bombeiros (ligue 190 ou 193);
  7. Não devolva o animal para o mar;
  8. Não alimente!

Se estiver morto

  1. Se aproxime e veja se o animal respira ou se mexe;
  2. Comunique imediatamente ao órgão ambiental atuante na região;
  3. Não toque, você pode pegar alguma doença;
  4. Se capturar por acidente na rede, levo-o para a praia.

E por que os encalhes acontecem?

Os animais podem estar doentes, intoxicados ou nadando em locais desconhecidos. Pode acontecer de eles serem capturados acidentalmente em redes de pesca ou serem atropelados por embarcações.

Há casos, também, de ocorrer encalhe de filhotes de peixes-bois-marinhos, pois geralmente as fêmeas procuram ambientes mais calmos, como mangues e estuários, para o nascimento de seus bebês. Devido à degradação desses lugares por desmatamentos e construções, elas são obrigadas a parir em alto mar, onde os filhotes nem sempre conseguem nadar e acabam encalhando.

 

Fotos: Luciano Candisani/ Acervo FMA