O litoral paraibano é um destino escolhido por muitos turistas durante as férias de verão, pelas belezas naturais que possui e por ser uma região com atributos ecológicos que propiciam a existência de peixes-bois-marinhos, um dos mamíferos aquáticos mais ameaçados de extinção do Brasil. E neste aspecto, o aumento do número de pessoas circulando na região desperta uma atenção especial por parte dos pesquisadores do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho: a equipe tem recebido diversos alertas de pessoas que tentam interagir de forma equivocada com os animais. Diante deste cenário, em janeiro e fevereiro, o Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho estará reforçando o trabalho de educação ambiental e sensibilização em prol da conservação da espécie no Nordeste do Brasil, promovendo blitz educativas em algumas praias da Paraíba. No dia 29/01, o Projeto fará uma blitz na praia do Poço, em Cabedelo (numa ação conjunta com o projeto Tartarugas Urbanas da ONG Guajiru e com a Secretaria de Meio Ambiente do município); no dia 06/02, a blitz acontecerá na praia do Bessa, em João Pessoa (numa ação conjunta com o Caribessa e a Secretaria de Meio Ambiente de João Pessoa); e nos dias 12 e 13/02, será a vez da Praia de Campina, em Rio Tinto, na APA da Barra do Rio Mamanguape, receber a blitz durante a etapa do Circuito Paraibano e Brasileiro de Surf.
A ideia é levar informações sobre o peixe-boi-marinho, sensibilizando turistas, comerciantes, surfistas, pescadores e frequentadores das praias sobre a importância da conservação da espécie e de seu habitat e orientando a população sobre o que fazer e o que não fazer ao encontrar os animais. E a primeira orientação é para que não ofereçam comida, bebida ou toquem no animal, pois isso pode prejudicar a saúde e a permanência do peixe-boi-marinho no ambiente natural. Na blitz, a equipe do Projeto montará uma tenda informativa nas praias e promoverá atividades educativas, palestra e exposição. Na oportunidade também haverá sorteio e distribuição de brindes temáticos. A equipe também estará orientando condutores de embarcações motorizadas para reforçarem a atenção nas áreas de ocorrência da espécie, reduzindo a velocidade da navegação e desligando o motor das embarcações quando o animal estiver com distância inferior a 10 metros, para evitar colisões e atropelamentos.
O Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho – realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental – é uma estratégia de conservação e pesquisa para evitar a extinção da espécie no Nordeste do Brasil. Atua nas áreas de pesquisa, tecnologia de monitoramento via satélite, manejo, educação ambiental, desenvolvimento comunitário, fomento ao turismo eco pedagógico e políticas públicas. Conta com o apoio da APA da Barra do Rio Mamanguape, Arie Manguezais da Foz do Rio Mamanguape, Cepene/ICMBio e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Monitoramento Ambiental da Universidade Federal da Paraíba.
ORIENTAÇÕES GERAIS
Aos turistas, banhistas e condutores de embarcações motorizadas (barcos, lanchas, jet skis e afins):
- Antes de acionar o motor, olhe ao redor e verifique se tem peixe-boi marinho próximo. A hélice em movimento pode machucar e matar o animal. Só ligue o motor se tiver certeza que o animal não está por perto;
- Se estiver navegando e avistar o animal nas proximidades, reduza a velocidade ou desligue o motor para evitar colisões e atropelamentos;
- Ao se deparar com o peixe-boi marinho: não toque, não alimente, não forneça bebidas. Apenas admire de longe. Se ele estiver em perigo, machucado ou encalhado, entre em contato com o Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho/ Fundação Mamíferos Aquáticos pelos telefones: (83) 99961-1338 ou (83) 99961- 1352 (whatsapp). Fanpage e instagram: @vivaopeixeboimarinho;
- Peixes-bois-marinhos reintroduzidos estão sendo monitorados via satélite no litoral nordestino. Ao encontrar um peixe-boi com um equipamento (semelhante a um cilindro com uma antena) ou apenas o equipamento, entre em contato com a Fundação Mamíferos Aquáticos pelos telefones acima.
- Mantenham o mar, as praias, estuários e manguezais conservados, limpos e livres de lixo.
Foto: Edson Acioli/ Acervo FMA.