Não faz nem três meses que “Astro”, o primeiro peixe-boi marinho reintroduzido no Brasil, foi vítima de um atropelamento por embarcação motorizada, entre o litoral sul de Sergipe e norte da Bahia. Agora, para aumentar ainda mais a preocupação de pesquisadores e de todos os que trabalham para a conservação da espécie no Nordeste do Brasil, outro peixe-boi marinho com histórico de reintrodução foi vítima deste mesmo tipo de incidente. Desta vez, foi “Puã”, um animal carismático e bastante conhecido no litoral norte da Paraíba. Os técnicos do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho o encontraram na região de Cabedelo (PB), com lesões (profundas e intercaladas) no corpo ocasionadas por colisão com casco e principalmente com hélice de embarcação.
A equipe do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho – realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos e patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental - imediatamente iniciou o tratamento das feridas do animal. “Puã está sendo medicado com pomadas para acelerar a cicatrização dos ferimentos e está sendo frequentemente monitorado. Os ferimentos foram muito sérios. Esta já é a segunda vez que acontece este tipo de ocorrência com o animal. Levando em consideração o aumento da frequência de atropelamentos e a gravidade destes eventos, se não houver a colaboração dos condutores de embarcações, em breve infelizmente poderemos identificar o óbito de algum destes animais”, ressalta o pesquisador e médico veterinário João Carlos Gomes Borges, coordenador do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho.
O pesquisador pede atenção redobrada da população e principalmente dos condutores de embarcações motorizadas (barcos, lanchas, jet skis e afins):
- Antes de acionar o motor, olhe ao redor e verifique se tem peixe-boi marinho próximo. A hélice em movimento pode machucar e matar o animal. Só ligue o motor se tiver certeza que o animal não está por perto;
- Se estiver navegando e avistar o animal nas proximidades, reduza a velocidade ou desligue o motor para evitar colisões e atropelamentos;
- Ao encontrar um peixe-boi marinho, não toque e nem alimente. Isso prejudica a adaptação do animal à vida selvagem e traz sérios problemas a sua saúde;
- Peixes-boi marinhos reintroduzidos estão sendo monitorados via satélite no litoral nordestino. Ao encontrar um peixe-boi com um equipamento (semelhante a uma garrafa com uma antena) ou apenas o equipamento, entre em contato com a Fundação Mamíferos Aquáticos pelos telefones: (83) 99961-1338/ (83) 99961-1352/ (79) 3025-1427.
O peixe-boi marinho (Trichechus manatus) está em perigo de extinção no Brasil. Cada indivíduo existente é de suma importância para a perpetuidade da espécie. O Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho – realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos e patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental – é uma estratégia de conservação e pesquisa para evitar a extinção desta espécie no Nordeste do Brasil. Atua nas áreas de pesquisa, tecnologia de monitoramento via satélite, manejo, educação ambiental, desenvolvimento comunitário, fomento ao turismo eco pedagógico e políticas públicas.
Imagens: Vanessa Rebelo e Sebastião Silva/ Acervo FMA
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